Esta embarcação foi adquirida pelo município de Azambuja à Rota dos Mouchões 1997 e foi o principal ponto turístico da Vila de Azambuja, tanto no contexto nacional como internacional, até 2012 quando foi levada para o estaleiro e deixada ao abandono por vários anos, voltando às águas do Tejo em 2020 ao abrigo de um fundo da comunidade Europeia.

Vala Real, é um barco Varino de construção em madeira, um dos vários barcos típicos que navegavam no Tejo. A sua tipologia era de barco de carga o que lhe permitia fazer o percurso entre Lisboa e Vila Nova da Barquinha. Esse percurso era feito entre o Cais de Santarém em Lisboa, atual doca da Marinha, até à foz da Vala Real em Azambuja ( Vala que deu origem ao nome da embarcação).

A Vala Real foi construída entre 1839 e 1844 no reinado de Dona Maria II, pela Companhia dos Canais de Azambuja, que por decreto real foram obrigados a construir uma estalagem que servia de Albergue e de controlo de acesso à Vala em Azambuja - o Palácio das Obras Novas. Era navegável por 17 km desde a foz (Palácio) atá à Ponte da Asseca (Santarém) onde tinha ligação ao Tejo na zona da Ónias.

O fim da sua utilização deveu-se a um decreto de lei de Julho de 1857 que dispensou os serviços prestados pela Companhia dos Canais de Azambuja, em virtude da chegada do Caminho de Ferro do Norte, promovido pelo Governo Regenerador de Fontes de Pereira de Melo.